Clima: O que esperar para as próximas safras?
No mais recente Workshop Clima e Agro do Sicredi, Marco Antônio dos Santos, da Rural Clima, trouxe atualizações cruciais para o planejamento do produtor. O cenário de 2025 e o horizonte de 2026 serão marcados por uma transição importante nos fenômenos oceânicos, exigindo atenção redobrada à gestão de risco. Confira os pontos essenciais para proteger sua produtividade:
1. O fim do La Niña e a chegada da neutralidade
Diferente do que muitos previam, o fenômeno La Niña não terá vida longa. Segundo Marco Antônio, estamos caminhando para um período de neutralidade que deve se consolidar no início de 2026. “A tendência é que esse La Niña perca força agora em dezembro e janeiro. Para 2026, entraremos em uma neutralidade com viés de aquecimento, o que pode trazer o retorno do El Niño lá na frente, no segundo semestre".
2. A influência do Oceano Atlântico nas chuvas
Um dos pontos centrais da análise foi a perda de protagonismo do Oceano Pacífico para o Oceano Atlântico. Para o especialista, é o Atlântico Sul que ditará o ritmo das chuvas no Brasil, trazendo um padrão de irregularidade. “O Atlântico Sul está muito frio. Quando ele esfria, ele acelera a passagem das frentes frias. Elas não ficam paradas, passam rápido, e isso gera uma irregularidade absurda. Chove muito em uma fazenda e quase nada na vizinha".
3. Soja: O desafio da umidade na colheita
Para a soja, o alerta não é a seca, mas o excesso de nebulosidade e chuva no momento crítico da colheita, especialmente em fevereiro. A irregularidade causada pelo Atlântico pode criar janelas muito curtas para as máquinas entrarem no campo.
- Risco na Qualidade: O excesso de umidade na fase final pode aumentar a incidência de grãos ardidos e avariados.
- Impacto no Ciclo: "O produtor precisa ficar atento, pois teremos muitos dias chuvosos em fevereiro, o que pode atrapalhar a colheita da soja e, consequentemente, atrasar o plantio da segunda safra de milho".
4. Perspectivas Regionais
- Sul do Brasil: O sentimento é de otimismo. Após ciclos difíceis, a previsão aponta para uma safra muito boa no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com chuvas mais frequentes.
- Minas Gerais e o Café: O estado exige cuidado especial. O especialista explica que o estresse hídrico e as altas temperaturas registrados nesta primavera de 2025 deixaram marcas profundas nas lavouras. Mesmo com a regularização das chuvas agora em dezembro, o potencial produtivo para a safra de 2026 já foi comprometido. Além disso, a instabilidade climática atual pode gerar múltiplas floradas, prejudicando a uniformidade e a qualidade do café mineiro na colheita futura
Monitoramento constante: Seu melhor insumo
Com um cenário de chuvas "manchadas" e transição de fenômenos, o sucesso em 2026 não dependerá apenas do solo, mas da capacidade de antecipação. O uso de tecnologia e o acompanhamento diário das previsões são fundamentais para mitigar riscos e garantir a rentabilidade. "O clima não será o vilão por falta de chuva generalizada, mas a irregularidade e o excesso no momento errado podem tirar a margem de quem não estiver planejado".
Como o Sicredi pode ajudar você no campo
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